Rede Leite melhora economia e bem-estar em Esperança do Sul

Imprimir

O crescimento de 39% na receita mensal obtida com a venda de leite e o salto na produtividade, de 15 litros vaca/dia para 20 litros vaca/dia, foram algumas das melhorias atribuídas pela família Wünsch, de Esperança do Sul, ao Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do RS (Rede Leite). "A gente se sente orgulhoso de ver tanta gente trabalhando para que produtores como nós, que moram nos cafundós, sejam alguém na vida", disse Herton Wünsch, proprietário de 13,8 hectares na comunidade Bom Jardim.

Adeptos do Rede Leite desde 2007, os Wünsch receberam, na quinta-feira (26/8), a visita de 70 pessoas, dentre elas, prefeito Jair Carmo Schmitt, gerente da Emater/RS-Ascar regional de Ijuí, Oneide Ernesto Kumm, gerente da agência do Banrisul de Três Passos, Décio Petry, secretário municipal de agricultura, Ênio Richter, técnicos e produtores de leite de Três Passos, Tiradentes do Sul, Santo Augusto e Bom Progresso. O evento foi organizado pela prefeitura e equipe municipal da Emater/RS-Ascar. "Nos sentimos desafiados a acompanhar o produtor no dia a dia e propor um redesenho da sua atividade", disse Kumm.

O redesenho proposto aos Wünsch levou em conta a gestão da produção de leite e alterou hábitos de manejo. "Na saída da sala de ordenha foi colocado água e sal para que o animal possa se reidratar, já que perde água e sais minerais na ordenha", explicou o técnico da secretaria municipal de agricultura, Anselmo Granetto. Ajustes na declividade do terreno eliminaram poças d’água e lodo.

No entanto, o relato dos Wünsch apontaram outros indicadores, além do econômico, relacionados ao bem-estar. "Melhorou cem por cento a vida da mãe, que não precisa mais ir na lavoura cortar milho e aveia para o pasto", disse Luciane, 16 anos, filha de Herton e Vone. "Antes, eles cortavam, trituravam e, ainda, transportavam o pasto até os animais", lembrou o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Antonio Righi. Por sugestão do Rede Leite, os produtores instalaram piquetes, onde as 16 vacas de leite pastam à vontade, investiram na adubação do solo e aumentaram a área de pastagem para 3,7 hectares. "A produção de leite aumentou e a mão de obra diminuiu", relatou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Ivar Kreutz. "Pena que o Rede Leite não chegou antes", disse Herton.

Rede Leite

Desenvolvido em 50 pequenas propriedades de leite da Região Noroeste do RS, o Rede Leite tem o apoio de nove instituições, Emater/RS-Ascar, Embrapa Pecuária Sul, Unijuí, Unicruz, Embrapa Clima Temperado, Fepagro, Instituto Federal Farroupilha campus de Santo Augusto, Coperfamiliar e Associação Gaúcha de Empreendimentos Lácteos.