Falar de consumo consciente é falar de algo complexo, principalmente quando quem escreve resolve seu problema de sede momentânea com uma Coca-Cola bem ao lado. É um assunto amplo, mas muitos nem querem ouvir falar ou fingem que não se importam – o que é normal, pois se tratando de consumo consciente e responsável, todos temos culpa no cartório.
Não é errado consumir. Errado é consumir exageradamente, fechando os olhos para a solidariedade, para a crise ambiental, para a mão-de-obra escrava e infantil, para os impiedosos testes em animais e para tantos outros fatores ligados ao consumo irresponsável da grande maioria da população.
Compactuamos com tudo isso quando compramos qualquer produto, de qualquer marca, sem analisar sua origem. Inúmeras empresas utilizam trabalho escravo e infantil na confecção de seus produtos, por exemplo. Outras revertem parte de seus lucros para os EUA, utilizados na compra de armamentos para atacar o Iraque. Temos ainda tantos outros produtos que contribuem para a crise ambiental, para a geração de resíduos que sequer podem ser reciclados, e que talvez se decomponham daqui a mil anos.
A idéia de consumo consciente vai além de nossas necessidades individuais. Leva em conta outros aspectos, como os reflexos na sociedade, na economia e no meio ambiente. Esses reflexos podem ser positivos ou negativos, por exemplo: ao comprar produtos de uma empresa que utiliza trabalho escravo, ou que realiza testes em animais, o consumidor compactua com essas práticas abomináveis. Por outro lado, se comprar alimentos orgânicos, ou roupas feitas com algodão agroecológico, contribuirá com um setor da economia que não utiliza substâncias tóxicas em sua produção e que não agride o meio ambiente.
Óbvio que a consciência tem um preço, e não é baixo. Nem todo mundo está disposto a controlar o que compra, fiscalizar os produtos e marcas que utiliza, veste e come, ou ainda avaliar se realmente precisa daquilo naquele momento. Entretanto, por mais complicado que possa parecer, ações cotidianas, concretas e voluntárias de consumo consciente permitem a qualquer pessoa contribuir para a preservação do meio ambiente e melhorar a qualidade de vida de todos.
O poder de transformação social está nas mãos dos consumidores, ou seja, nas mãos de todos nós. Cabe-nos a tarefa de escolher empresas éticas, que respeitam os direitos humanos e os limites naturais do planeta. Além disso, comprar menos e melhor, consumir só o necessário, reutilizar produtos, separar o lixo, não comprar produtos piratas, são importantes práticas de consumo responsável que podem ser adotadas. E nada disso é complicado ou difícil se passar a ser encarado como uma prática natural, como lavar as mãos, olhar televisão ou arrumar a cama.
Por Luciene Ferrari – Acadêmica do Curso de Publicidade e Propaganda da UNIJUÍ
E VOCÊ, procura consumir conscientemente?
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PARTICIPAÇÃO, ESTE É O CAMINHO MAIS DEMOCRÁTICO PARA O FORTALECIMENTO DA CIDADANIA (ADAPTADO POR TENÓRIO, 2008).