Recente estudo do IPEA demonstra que os gastos sociais, como os do Bolsa Família, possuem impacto importante na economia. Conforme o estudo, cada R$ 1,00 gasto no programa gera R$ 1,44 no PIB nacional, além de contribuir com a queda da desigualdade, medido pelo índice de Gini. Já cada R$ 1,00 pago em juros da dívida pública gera apenas R$ 0,76 no PIB e apresenta um impacto positivo no índice de Gini, o que significa que mantém ou aumenta a desigualdade. O efeito positivo no PIB gera novas receitas ao governo, pela arrecadação de tributos. Assim, os custos dos gastos sociais são parcialmente absorvidos pelos benefícios que causam no PIB. Ou seja, no caso do Bolsa Família, 56% dos custos retornam aos cofres públicos.
É comum posições críticas da imprensa, de políticos neoliberais, e mesmo de estudiosos e cidadãos, em relação aos gastos com assistência social e programas de renda mínima ou de transferência de renda das três esferas de governo. O Programa Bolsa Família, em especial, tem sido muito criticado por alguns e louvado como o maior programa de transferência de renda já implantado no Brasil ao longo de toda a história por outros. Entre as posições mais radicais de que o Bolsa Família é "esmola para vagabundos" ou que é "a alavanca para a emancipação dos miseráveis", parecem mais plausíveis as posições que defendem que o programa é absolutamente necessário, mas que ainda se situa mais para o tipo de programa paliativo, "dar o peixe para comer", apesar das condicionalidades impostas aos beneficiários, do que para programas de caráter efetivamente emancipatórios do tipo "ensinar a pescar". Há os que defendem que o mesmo recurso anual gasto com o Bolsa Família (cerca de 12 bilhões de reais em 2010) traria melhores resultados se fosse investido como subsídios a empresas em troca de empregos. Será? Daí a pergunta: os programas de transferência de renda impactam o desenvolvimento econômico e social?
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