A exploração do pré-sal deve exigir mão de obra de pelo menos 185 diferentes áreas de atuação, segundo a Petrobras.
A estatal afirma também que há necessidade de 207 mil profissionais qualificados até 2013 para trabalhar com petróleo. Essa demanda vai movimentar o mercado e exigir pessoal das mais diferentes carreiras: de nutricionistas até engenheiros.
Quem ainda não sabe qual profissão quer seguir pode pensar em trabalhos voltados para a área de petróleo e gás. Os especialistas no setor lembram que as carreiras não se concentram na indústria naval, mas também em volta dela.
Segundo eles, “tudo” vai ser importante quando o petróleo do fundo do oceano estiver sendo coletado, porque vários tipos de funcionários são fundamentais nas plataformas.
Um exemplo são os cozinheiros - pouco associados à exploração de minérios -, mas essenciais para preparar uma comida balanceada (com a ajuda de um nutricionista) nas semanas em alto-mar. Mecânico, soldador, mergulhador e garçom também entram nessa lista.
Mas o maior déficit, claro, é na engenharia, pois dela dependem as etapas da exploração. Estão em alta: geofísico, engenheiro de petróleo (para avaliar nível de petróleo no local), engenheiro mecânico, civil e elétrico (na construção da plataforma) e engenheiro químico (nas refinarias). Os engenheiros de produção também são necessários em todas as etapas do processo.
Entre as muitas opções de tecnólogos estão técnico de perfuração de poços, em logística e de operação. Especialistas em meio ambiente também são fundamentais.
Para suprir a carência de pessoal, empresas, universidades e governo não param de abrir cursos voltados à área de petróleo e gás e de oferecer incentivos na tentativa de atrair trabalhadores interessados em especializar-se no setor.
Rio de Janeiro
A maior parte das escolas de capacitação está no Rio de Janeiro, e São Paulo concentra os cursos de pós-graduação. A Universidade Gama Filho, por exemplo, abriu em 2002 dois cursos de graduação na área de petróleo, quando ainda nem se falava em pré-sal, mas o assunto já gerava interesse por causa da sede da Petrobras na região. Sergio Bendela, coordenador do curso de tecnologia em petróleo e gás, percebe o incremento no número de matrículas desses cursos.
Focada na capacitação de profissionais autônomos e no treinamento de mão de obra das empresas, a Sampling Planejamento vê a demanda por seus cursos crescer 15% a cada ano. Bráulio Canadian Jr, executivo de marketing e projetos especiais, diz que nem a demanda alta elimina a futura carência de pessoal.
- O mercado é extremamente promissor em técnicos e engenheiros. Hoje, o profissional dessa área nem sabe o que é desemprego.
Ele lembra outra área importante nesta situação: a de trabalhadores ligados ao lazer, para atuar nas plataformas.
- É preciso ter um suporte das áreas sociais. [Trabalhar na plataforma e no navio] não é confinar como prisão. Tem que ter equilíbrio e qualidade de vida. A casa deles é o navio ou a plataforma. Tem que ter serviço e suporte, quase como hotel.
Outra escola de treinamento, a Petrocenter foi criada há três anos, e a demanda pelos cursos está tão grande que a empresa abriu três franquias e pretende alcançar 50 unidades em dois anos. A novidade da Petrocenter é um curso técnico em petróleo e gás, com duração de um ano e meio.